sábado, maio 23, 2009

escreve-me com as tuas mãos

morres onde? no frio da pedra? na indiferença do aço?
nas ruas do sangue? porque é nos metais que intensamente
vivemos. crucificados sim! não, não acredites nisto que te digo
o tempo corre sobre o meu corpo e deixa marcas, sulcos
rasto de dores tristes rios de prata noites de amor que não
aconteceram mãos acetinadas. às vezes uivo, como te contei
uma vez por outra, a lua chega e traz suspiros, ais, lágrimas
coisas que o pudor deve guardar. é então que sou um lobo
gosto de morder, de agarrar com os dentes, de ser por inteiro
possuído.porque morres? diz-me o que é isso de morrer? em
que praia distante? como se faz? como fazes? abres talvez as
pernas e deixas que impulsivo te penetre o mar.

mário contumélias

13-01-2007

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