domingo, dezembro 10, 2006

mistério

há um mistério no almíscar cheira a tapetes
a deserto a tendas árabes cheira a ópio
a mulheres entre serpenteando a
viajantes do longe cheira a uvas
seduz a tez da pele escura seduz
o movimento o tempo esquece-se de ser
o espaço é só um sonho não há palavras...
na boca das tardes enlanguesce ainda o gesto
e já nos olhos do céu se adivinham estrelas
tudo é inominado só o cheiro persiste
só ele diz só ele transfigura o instante...
falas de canela de especiarias talvez
de antigas rotas de piratas sabedores
de mundos talvez de cavalos
fugidios e negros galopando
tudo o mesmo mistério...
moura encantada és sei-o agora
água que fala fonte que mata
a sede e resta sequiosa almíscar mineral.

mário contumélias

Sem comentários: