as casas cheiram às mulheres
que nelas vivem é um cheiro
subtil e demorado, matriz de ternura
e de saberes, de nascimentos e de mortes
um cheiro que fica nas gavetas
e envolve quem as abre, que marca as paredes
pontuadas de retratos, de tiquetaques
de histórias de família ...
os homens passam pelas casas, viajantes
sem passado nem futuro, buscando o território
no corpo das mulheres, nos lábios e nos dedos
com que sábias elas os encantam e devoram.
eu nasci da árvore que era minha avó
e agora busco a tua sombra... procuro-a
na casa que tem o teu cheiro. és tu!
mário contumélias
domingo, fevereiro 13, 2005
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1 comentário:
Obrigado, muito obrigado
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